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10 motivos para investir em negócios no Brasil

O Brasil é a maior economia da América Latina e a 9ª no ranking mundial, segundo dados do Fundo Monetário Internacional – FMI de 2023. É a 5ª maior extensão territorial do mundo, com grande variedade de recursos naturais, como por exemplo café, soja, minério de ferro e petróleo.

Além disso, com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil possui imenso mercado consumidor e numerosa mão de obra, com o setor de serviços representando cerca de 70% do PIB e indústria mais de 20%. O país é também um grande exportador de commodities agrícolas e minerais.

Com a economia globalizada, principalmente pela ascensão das empresas transnacionais no pós-Segunda Guerra e pelo crescimento de investimentos externos diretos, após a década de 1980, o Brasil foi se tornando um atraente ambiente de negócios, em especial nos setores de energia renovável, tecnologia, fabricação automotiva, petróleo e gás, agronegócio, financeiro, etc.

Apesar dos desafios, conforme o Relatório de Investimento Mundial da United Nations Conference on Trade and Development – UNCTAD, o Brasil recebeu 51 bilhões de dólares em investimento em 2021 e 86 bilhões em 2022, colocando-o como o 6º país na lista das principais economias anfitriãs.

Isso mostra que o mundo, de certa forma, olha para o Brasil com otimismo e confiança. Neste artigo, quero elencar 10 motivos que, na minha opinião, justificam o aporte de investimentos estrangeiros e alavancam os negócios locais.

Dimensões continentais e diversidade de mercados

Uma das principais vantagens de investir no Brasil é a sua extensão territorial (uma área de 8.514.876 km²) e a consequente diversidade de mercados.

O país abrange uma vasta gama de climas, culturas e necessidades, o que significa que há oportunidades para uma ampla variedade de negócios. Seja na agricultura, na tecnologia, na indústria ou nos serviços, o Brasil oferece mercados diversificados para explorar.

Além disso, o Brasil está longe de locais em situação de guerra, como por exemplo parte do oriente médio e do leste europeu, fazendo com que uma parcela dos investimentos sejam redirecionados para cá, em razão do maior clima de segurança nacional.

Para investidores estrangeiros, isso significa a capacidade de diversificar seus investimentos em diferentes setores, minimizando os riscos. Para empresários nacionais, essa diversidade proporciona oportunidades para expandir e adaptar seus negócios de acordo com as demandas regionais.

Recursos naturais abundantes

O Brasil é um país rico em recursos naturais. Possui uma das maiores reservas de água doce do mundo e um solo rico em nutrientes, o que favorece a agricultura e a pecuária.

Com uma extensa costa litorânea, florestas tropicais, vastas terras agrícolas e riqueza de minerais, o país oferece matérias-primas em abundância. Isso é especialmente atraente para empresas envolvidas na produção de alimentos, energia, produtos florestais e mineração.

Seus recursos naturais são os mais diversificados: desde carne, ovos, algodão (recursos biológicos), até petróleo e gás (energéticos), ferro e nióbio (minerais), dentre outros.

Essa riqueza de recursos pode representar uma oportunidade de suprir as crescentes demandas globais, sendo atraente principalmente para investidores estrangeiros.

Para empreendedores locais, esses recursos são a base para o desenvolvimento de negócios amplos, que podem atender tanto o mercado doméstico quanto o internacional.

Mercado de consumo em crescimento

O Brasil tem uma população considerável e uma classe média em expansão. São mais de 200 milhões de pessoas e o segundo maior mercado de consumo da América, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Com um mercado de consumo interno robusto, investir no país significa acesso a milhões de potenciais consumidores. Isso é particularmente atraente para empresas que atuam nos setores de varejo, tecnologia, educação, saúde e serviços financeiros.

Empresários nacionais e investidores estrangeiros podem explorar essas oportunidades para impulsionar o crescimento de seus negócios.

Setor de tecnologia em ascensão

Nos últimos anos, o setor de tecnologia no Brasil tem sido alvo de investimentos substanciais.

Uma pesquisa do Google for Startups, em parceria com a Associação Brasileira de Startups – Abstartups, mostra que foram investidos cerca de 2,4 bilhões de dólares em tecnologia no Brasil, no ano de 2020. Neste mesmo ano, 5,6% do PIB veio de startups de tecnologia.

O setor de tecnologia no Brasil é o que mais vem movimentando o mercado de fusões e aquisições, principalmente quando olhamos para o universo de startups e venture capital.

Cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis e Recife se destacam como polos de startups, atraindo investimentos de fundos de venture capital nacionais e internacionais. Essas empresas têm atuado em diversas áreas, incluindo fintech, edtech, healthtech, agrotech, e-commerce, e soluções de mobilidade.

Entretanto, apesar do crescimento, o setor de tecnologia no Brasil ainda enfrenta desafios, como a falta de mão de obra qualificada, a complexidade tributária e a infraestrutura de internet em algumas regiões. Por outro lado, estes desafios também representam oportunidades para investimentos, locais e internacionais, e melhorias.

Infraestrutura em desenvolvimento

De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, o Brasil precisa investir 3,7 trilhões de reais em infraestrutura nos próximos 10 anos.

Esse investimento seria necessário para melhorar os seguintes setores:

  • Transporte: o Brasil precisa de um sistema de transporte mais eficiente e integrado para melhorar o deslocamento de pessoas e mercadorias;
  • Energia: para aumentar a oferta de energia renovável e melhorar a eficiência energética para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
  • Saneamento: ampliar o acesso à água potável e ao saneamento básico para melhorar a saúde da população.
  • Comunicações: ampliar a cobertura e melhorar a qualidade das redes de telecomunicações para impulsionar a inovação e o crescimento econômico.

Portanto, deve ocorrer a abertura do mercado para a iniciativa privada, gerando oportunidades de investimento para retorno a longo prazo e novas possibilidades de expansão regional.

Acordos comerciais internacionais

O Brasil é signatário de diversos acordos comerciais internacionais, que facilitam a exportação e importação de bens e serviços, bem como de tratados que estabelecem direitos e obrigações recíprocos sobre investimentos estrangeiros.

Além disso, o país é membro do Mercosul, um bloco econômico que promove a integração regional, composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que também possui capacidade para negociar e assinar tratados.

Investidores estrangeiros podem se beneficiar desses acordos para acessar outros mercados da América do Sul, e empresários nacionais podem explorar novas oportunidades de exportação e importação, aproveitando a rede de acordos comerciais.

O site do Governo Federal disponibiliza uma página com todos os acordos comerciais dos quais o Brasil faz parte, que você pode acessar clicando aqui.

Para conhecer os tratados de investimento, basta clicar aqui para acessar pelo site da UNCTAD.

Incentivos fiscais e subsídios

O governo brasileiro oferece uma variedade de incentivos fiscais e subsídios para atrair investimentos e promover o desenvolvimento em várias regiões do país.

Esses benefícios podem incluir redução de impostos, isenção, concessão de créditos, financiamento subsidiado e programas de apoio a determinados setores.

Um exemplo prático de incentivo fiscal é a chamada Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), que busca estimular o investimento privado em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica (PD&I) em todos os setores da economia, por meio de deduções, na apuração do imposto, de uma série de despesas com pesquisas e desenvolvimento tecnológico.

O objetivo, não somente da Lei do Bem mas de todos os incentivos fiscais e subsídios, é impulsionar a economia trazendo oportunidade para que empresas invistam em mão de obra e expandam seus negócios, beneficiando toda a comunidade onde estão inseridas.

Abertura para o investimento estrangeiro

Segundo relatório do Índice de Confiança Kearney, o Brasil é o 7º país da América Latina mais atraente para investidores estrangeiros.

Algumas das vantagens que o investidor estrangeiro busca no país que receberá os aportes é a baixa, ou nenhuma, oferta de produtos ou serviços que serão produzidos e disponibilizados ao público consumidor, bem como as possibilidades de repatriar os lucros ao seu país de origem.

Além disso, também são levados em conta a estabilidade política e econômica local, regras tributárias, concorrência e riscos geopolíticos. Neste caso, o Brasil tem o privilégio de estar longe de crises como as do leste europeu e do oriente médio.

Para o Brasil, receber investimentos estrangeiros proporciona economia de recursos para o país, uma vez que facilita a aquisição interna de produtos que só seriam obtidos mediante importações. Isso acarreta, também, a geração de empregos, transferência de tecnologias, redução de preços e aumento de qualidade dos produtos internos, em razão da intensificação da concorrência, dentre outros benefícios.

Por fim, para o empreendedor local, o aporte de capital estrangeiro pode gerar oportunidades de fusões, aquisições e parcerias capazes de expandir e fortalecer os seus negócios.

Lei da Liberdade Econômica

A Lei da Liberdade Econômica (de nº 13.874/2019) foi editada para tentar diminuir a intervenção governamental nas atividades econômicas, reduzir a burocracia e facilitar a abertura e o funcionamento de empresas.

Também estabeleceu importantes princípios para reger a relação do empresário com o Estado, como por exemplo a liberdade como garantia para o empreendedorismo, a boa-fé do particular perante o poder público, a intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades econômicas e o reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.

A exposição de motivos da Medida Provisória 887/2019, convertida mais tarde na lei em comento, explica a necessidade da liberdade do indivíduo para o desenvolvimento econômico e social do país:

Existe a percepção de que no Brasil ainda prevalece o pressuposto de que as atividades econômicas devam ser exercidas somente se presente expressa permissão do Estado, fazendo com que o empresário brasileiro, em contraposição ao resto do mundo desenvolvido e emergente, não se sinta seguro para produzir, gerar emprego e renda.”

Em suma, a Lei da Liberdade Econômica trouxe as seguintes mudanças:

  • Sistema simplificado de escrituração digital das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas;
  • Fim dos alvarás para o funcionamento de atividades de baixo risco (pequenos comércios);
  • Armazenação digital de documentos públicos, acabando com a “papelada” nos estabelecimentos;
  • Obrigação do registro de ponto apenas para empresas com mais de 20 funcionários (antes, era generalizado);
  • A Administração Pública deve evitar o abuso regulatório que possa prejudicar a livre iniciativa;
  • Altera o Código Civil para incluir regras de registro, regulamento e insolvência dos fundos de investimento na Comissão de Valores Mobiliários – CVM;
  • Fortalece os contratos ao garantir a liberdade das partes negociantes de estabelecer a interpretação que será dada às cláusulas contratuais, de modo que as revisões judiciais ocorram apenas de forma excepcional e limitada;
  • CTPS eletrônica, dentre outras mudanças.

Tudo isso são pontos positivos para as negociações que buscam atrair investimentos para o país.

Assessoria jurídica especializada

Investir no Brasil é uma decisão que oferece oportunidades substanciais, mas também requer atenção cuidadosa aos desafios e riscos. É essencial realizar uma pesquisa detalhada e planejar estrategicamente os investimentos.

Ocorre que o investidor não precisa necessariamente se ocupar sozinho de todos os pormenores e trâmites. Também não necessita despender recursos com viagens de equipe até o local aonde aportará o seu capital. Isso vale não somente para investidores estrangeiros, mas também para os empreendedores locais.

Isso porque no Brasil, assim como funciona principalmente nos EUA e Reino Unido, o serviço jurídico não se restringe apenas ao trabalho com causas judiciais. Existem hoje advogados especializados em consultoria de negócios no Brasil, capacitados com conhecimento sobre a legislação e a economia local, e familiarizados com negociações, administração e investimentos.

Com esse tipo de consultoria, mais uma abordagem cuidadosa, investir no Brasil pode ser uma jornada lucrativa e gratificante. Este é o momento de explorar as inúmeras oportunidades que o país oferece e contribuir para o seu desenvolvimento econômico, ao mesmo tempo em que colhe os benefícios de um mercado em constante evolução.

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